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Por Que a XP Está Sendo Processada?

A XP Investimentos, a maior corretora do Brasil, está enfrentando uma série de ações judiciais movidas por investidores que alegam práticas abusivas e desinformação que resultaram em prejuízos financeiros significativos. Este artigo detalha as razões por trás dessas ações, os riscos envolvidos em investir na XP, e fornece informações sobre a estrutura e propriedade da corretora.

Quem é o Dono da XP?

A XP Investimentos foi fundada em 1997 pelo economista Guilherme Benchimol. Atualmente, a XP Inc. é uma empresa de capital aberto, listada na NASDAQ sob o símbolo XP.

Embora o Itaú Unibanco possuía uma participação minoritária na XP desde 2017, o banco, que tinha a intenção de ser sócio majoritário até 2026, encerrou sua participação em 2021 por determinação do Banco Central.

Assim, no momento, a estrutura acionária inclui fundadores, investidores institucionais e outros acionistas, sendo uma instituição financeira independente.

Existe Risco da XP Quebrar?

Dada a magnitude dos recursos sob custódia da XP – R$ 1,1 trilhão – e sua base de 4,5 milhões de clientes, o risco de quebra da XP é considerado baixo. A corretora é regulamentada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pelo Banco Central do Brasil, e mantém uma estrutura financeira robusta.

Ao consultar o balanço do Banco XP no Banco Central, vemos que apesar de um ano de balanço negativo (em 2022), no valor de aproximadamente R$ 300 milhões, eles tiveram lucros de aproximadamente R$ 300 milhões nos anos de 2020, 2021 e 2023. Essas informações podem ser consultadas aqui.

Acusações de Práticas Abusivas

No início de 2024, alguns processos contra a XP tomaram a mídia com detalhes que chocaram alguns investidores. Veja abaixo alguns problemas sendo informado pelos ex-clientes e quais são os investimentos mencionados.

Informações Incompletas e Enganosas

Os investidores acusam a XP de fornecer informações erradas ou incompletas sobre produtos financeiros, prometendo lucros elevados e incentivando investimentos em ativos pouco vantajosos, mas que geram maiores receitas em taxas de corretagem.

Márcio Teixeira Damasceno, por exemplo, afirma à Justiça que possuia um histórico “altamente conservador”, mas um corretor da Avel, que é credenciada da XP, o induziu a investir R$ 1 milhão em COEs.

Além de investir R$ 300 mil em COEs, Márcio seguiu a orientação de usar mais R$ 700 mil de empréstimo em alavancagem. As taxas e encargos do empréstimo superaram o rendimento do COE, e os R$ 300 mil viraram R$ 150 mil.

Operações Alavancadas

Outra grave acusação é que assessores da XP teriam realizado operações milionárias induzindo os clientes. Essas operações, muitas vezes mal explicadas, ampliaram os prejuízos dos investidores enquanto aumentavam as comissões recebidas pelos agentes da corretora.

Célio de Carvalho, por exemplo, processou a XP na justiça, expondo que seguiu orientações da XP e foi “conduzido a oferecer” todo o seu patrimônio como garantia de operações. De acordo com Célio, o valor das operações alavancadas feitas pelo assessor de investimentos chegou a R$ 1,1 bilhão, o equivalente a 56 vezes o seu patrimônio, que gira em torno de R$ 20 milhões.

Investimentos Problemáticos

Certificados de Operações Estruturadas (COEs)

Os COEs, que combinam investimentos de renda fixa e variável, têm sido particularmente problemáticos. Vendidos como papéis com potencial de lucro acima da média e garantia do valor principal investido, muitos investidores relatam que essas promessas não se cumpriram, resultando em perdas milionárias.

Operações Alavancadas

As operações alavancadas, que envolvem empréstimos para que os clientes possam investir mais do que possuem, também são alvo de críticas. Embora potencializem os retornos financeiros, essas operações acarretam riscos elevados e maiores taxas de corretagem. Investidores afirmam que foram incentivados a alavancar suas carteiras sem uma compreensão clara dos riscos, o que resultou em prejuízos significativos.

Vale a pena Investir pela XP?

As recentes controvérsias levantam preocupações sobre a transparência e a ética das práticas da XP. Apesar de alguns dos assessores nessas acusações não serem diretamente funcionários da XP, eles são de instituições credenciadas por eles. Por isso, considere esses pontos antes de investir:

  • Histórico de Alegações: As ações judiciais indicam possíveis problemas sistêmicos na maneira como a XP conduz seus negócios. Caso use um assessor de investimentos para tomar decisões financeiras, da XP ou outra corretora, sempre analise bem por conta própria antes de aprovar ou realizar um investimento. Os investimentos, em qualquer instituição, só pode ser realizado com a sua autorização.
  • Riscos de Informações Enganosas: Há um risco de que produtos financeiros sejam vendidos com base em informações incompletas ou enganosas. Por isso, cuidado com investimentos que não conhece bem e procure ser conservador nos seus investimentos, especialmente no início de sua trajetória como investidor.
  • Custos: De forma mais prática, os custos de taxas de corretagem em operações financeiras na XP são maiores do que algumas corretoras concorrente. Avalie os custos antes de realizar operações e se proteja de taxas abusivas.

Veja o artigo XP vale a pena?, com informações da plataforma, performance de investimentos e investimentos disponíveis.

Conclusão

As ações judiciais contra a XP Investimentos destacam a importância da transparência e da ética no mercado financeiro. Investidores devem estar atentos aos riscos e considerar cuidadosamente suas opções antes de aplicar seus recursos. Enquanto a XP permanece uma das maiores corretoras do Brasil, as alegações de práticas abusivas e a insatisfação de alguns clientes levantam questões críticas que não podem ser ignoradas.

Apesar de todas as acusações e a responsabilidade inerente dos assessores responsáveis, é obrigatória a aprovação do cliente em todas as transações e investimentos, o que ajuda o investidor, em qualquer plataforma, a se proteger contra investimentos inapropriados. Avalie bem antes de autorizar qualquer investimento.

Veja também o artigo A XP é confiável? com detalhes do reclame aqui, registro nos órgãos governamentais

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